A Autoridade de Concorrência da Comissão Europeia em Bruxelas está a investigar o grupo hoteleiro Meliá por alegadamente praticar preços diferentes nas estadias dos seus hotéis de acordo com a nacionalidade ou país de residência do cliente, o que a confirmar-se viola as normas europeias e pode levar a empresa a enfrentar uma pesada multa.
Segundo as regras europeias um alemão ou português que pretenda alojar-se num quarto de hotel em datas idênticas deve pagar o mesmo preço e não ser descriminados de acordo com a sua nacionalidade.
A declaração da autoridade da concorrência da União Europeia indica que: “A Comissão saúda a iniciativa dos hotéis para desenvolverem e introduzirem mecanismos inovadores de preços para maximizarem a ocupação dos seus quartos, mas nem os operadores turísticos nem os grupos hoteleiros podem discriminar os clientes com base na sua localização”.
Já em 2015 a Comissão Europeia abriu uma investigação à Disneyland Paris para averiguar se existia uma distinção de preços em função da nacionalidade, que segundo diversas queixas, um alemão pagaria mais 1100€ e um britânico mais 524€ do que um francês ao adquirir um pacote premium para entrar no Parque de Diversões.
A Comissão em Bruxelas está actualmente a analisar os acordos do grupo Meliá com os principais operadores turísticos europeus incluindo a TUI, Thomas Cook, Kuoni e Rewe para tentar determinar se existem cláusulas que impedem os clientes de determinados países de verem a disponibilidade real do hotel ou de reservarem quartos com os melhores preços.
Esta denúncia foi relatada por alguns clientes, a ser provada, vai contra as regras do mercado único europeu, dividindo-o com base na localização do consumidor, alerta a Comissão. O grupo Meliá já recebeu notificação de que está a ser investigado e respondeu com uma declaração dizendo que “Acredita que se vai chegar a uma resolução rápida confirmando a ausência de um comportamento contrário aos direitos dos consumidores europeus”.