Kuwait Airways suspende voos internos na Europa por não aceitar Israelitas

A Kuwait Airways decidiu suspender todos os seus voos internos na Europa, em vez de aceitar passageiros israelitas, o último dos quais ligava Paris a Roma. O Projeto Lawfare apresentou diversas queixas civis e criminais contra a Companhia Aérea em Genebra na Suíça, sobre as suas políticas de discriminação. Alegaram que a política da transportadora viola o Código Penal Suíço, bem como a constituição do país, que protege os indivíduos contra a discriminação com base em raça, religião e etnia.

Tal como aconteceu com um caso apresentado nos Estados Unidos em 2013, um cidadão de Israel iniciou uma acção contra a companhia aérea no mês passado depois de aquela se ter recusado a vender aos cidadãos israelitas uma passagem entre Genebra e Frankfurt por causa da sua nacionalidade.

“Ao cancelar estas rotas de voo lucrativos, em vez de admitir israelitas, a Kuwait Airlines, propriedade integral e instrumentalizada pelo governo do país, está a demonstrar o seu compromisso com a discriminação, mesmo enquanto se expõe a enorme perda financeira”, escreveu o Projecto Lawfare em comunicado.

O Departamento de Transportes dos EUA (DOT) também determinou que a Kuwait Airways (KAC) violou as leis federais anti-discriminação. A companhia aérea já tinha interrompido os seus voos a partir de os EUA para a Europa.

“O Departamento de Transportes dos EUA não irá tolerar discriminação ilegal e determinou que a companhia aérea cesse imediatamente a prática e permita que os passageiros israelitas possam viajar entre os EUA e Londres”, declarou Anthony Foxx, o secretário de Transportes norte-americano. “Após as nossas reivindicações, a KAC escolheu cessar o serviço de passageiros do aeroporto de Nova York JFK para Londres Heathrow, até 18 de Janeiro.”

A decisão não afecta as rotas directas de/para o Kuwait pois a lei do país não permite que cidadãos com passaporte israelita entrem ou estejam em trânsito no Kuwait. Ambos os países não têm quaisquer relações diplomáticas desde que um conjunto de países árabes implementou uma lei de 1964 que proíbe a posse e comércio de todos os produtos oriundos de Israel.