Por 1 rublo, aproximadamente 1 cêntimo de euro, a maior companhia aérea da Rússia Aeroflot, controlada pelo Estado, vai assumir o controle da 2ª transportadora aérea do país e ex-concorrente Transaero, num acordo mediado pelo governo russo para evitar a sua falência.
A queda da 2ª Companhia Aérea Russa Transaero
Após a grande crise financeira quando toda a industria aeronáutica parecia recuperar, a dívida da Transaero grande parte em euros e dólares duplicou entre 2009 e 2011.
Com uma frota desadequada, a grande desvalorização da moeda rublo em relação às fortes moedas ocidentais e quebra abrupta da procura de viagens devido à diminuição do rendimento real dos russos, fez com que em 2014 a Transaero, registasse um prejuízo de 344 milhões de euros em que 226 milhões foram devidos a perdas cambiais.
Aparentemente os bons resultados financeiros dos anos anteriores deviam-se a uma contabilidade criativa e a divida total avaliada em aproximadamente 1.6 biliões de euros em Dezembro de 2014 deixava pouca margem de manobra de refinanciamento no mercado.
No inicio de 2015 a Transaero conseguiu um garantia bancária do governo no valor de 120 milhões de euros que lhe permitiu obter um empréstimo no Banco Estatal VTB (Vneshtorgbank).
Tentou iniciar um processo de recuperação baixando os preços para os destinos mais populares e abriu as vendas até 11 meses de antecedência da data da partida. Mas esta medida causou contestação levando o Presidente Executivo da Aeroflot, Vitaly Savelyev, a acusar a Transaero de usar o apoio do Estado para fazer dumping.
Savelyev afirmou: “Estamos frontalmente contra a atribuição de subsídios às companhias aéreas. Existem 126 companhias aéreas na Rússia, são demais para um país com 100 milhões de passageiros. A maior parte delas vão à falência.“
Aquisição da rival da Aeroflot faz aumentar quota para 56% do mercado interno
Na reunião do conselho da Aeroflot os representantes do estado russo votaram a favor da aquisição de 75% da Transaero, ficando o restante nas mãos da família Pleshakov e outros pequenos accionistas.
A nova empresa de aviação terá cerca de 56% da quota de mercado de viagens aéreas na Rússia mesmo depois das rotas ficarem harmonizadas.
Neste momento os voos internacionais de e para a Rússia continuam a diminuir devido à fraca procura. A Delta Airlines deve retirar-se totalmente até ao fim do ano. Esta crescente monopolização da Aeroflot vai significar certamente preços mais altos para os viajantes devido à menor concorrência.